quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O DIREITO DE IR EMBORA - Discurso de Kevin Rudd, Primeiro Ministro da Australia

O tema em questão é a migração. Este fenômeno ainda está distante de nosso referencial social imediato, contudo já se faz presente nos países europeus, haja visto a questão ainda não explicada dos suicídios na empresa privatizada francesa.
Para os que gostam do tema "mudanças" e acreditam que tem a ver somente com vontade ou não de gestores ou organizações insensíveis, convém conhecer mais a fundo a dinâmica das imigrações nas sociedades.






O DIREITO DE IR EMBORA

Em 10/10/2009

Discurso de Kevin Rudd, Primeiro Ministro da Australia, quando emigrantes começaram a reclamar das leis e costumes australianos. 


"Aos muçulmanos que querem viver sob a Lei Islâmica, lhes digo que se vão da Austrália, cujo governo empreendeu uma campanha contra o radicalismo religioso, num esforço de evitar ataque terroristas potenciais".


O discurso do primeiro ministro despertou a fúria de alguns muçulmanos australianos quando declarou que está dando todo o apoio ás agências de contrainteligência australianas para que vigiassem as mesquitas existentes naquela Nação.


Ele acrescentou que são os emigrantes, e não os australianos os que devem adaptar-se. Ou fazem isso, ou deixem o País. 


"Estou farto de que esta Nação tenha que preocupar-se se estamos ofendendo a outras culturas ou a outros indivíduos. Desde os ataques terroristas em Bali, estamos experimentando um aumento do patriotismo da maioria do povo australiano. 


Nossa cultura vem se desenvolvendo ao longo dos séculos, através de lutas, atribulações e vitórias por parte de milhões de homens e mulheres que buscaram a liberdade quando aqui chegaram. 


Falamos principalmente a língua inglêsa, não o espanhol, nem o árabe, nem o chinês, nem o japonês, o russo ou qualquer outro idioma. De modo que se vocês querem formar parte de nossa sociedade , tratem de aprender nosso idioma.


A maioria dos australianos acredita em DEUS. Se a CRENÇA em DEUS ofende a vocês, sugiro que considerem viver em outra parte do mundo, porque DEUS é parte de nossa cultura.
Aceitamos suas crenças sem perguntar o por que. Tudo o que pedimos é que vocês aceitem as nossas , e vivam em harmonia e desfrutem da vida em paz conosco. 


Este é NOSSO PAÍS, NOSSA PÁTRIA, E ESSES SÂO NOSSOS COSTUMES E ESTILO DE VIDA , E PERMITIREMOS QUE DELE DESFRUTEM. 


Mas quando desejarem se queixar e protestar contra nossa Bandeira, nossa língua, nosso compromisso nacionalista, nossas crenças e nosso modo de vida , nos vos estimulamos a que aproveitem outra de nossas liberdades australianas: O DIREITO DE IREM EMBORA. 


Se vocês não estão contentes neste País, então VÂO EMBORA. Não os obrigamos a vir para cá. Vocês pediram para emigrar para cá. Assim , já é hora de aceitarem este País que lhes acolheu, como ele é."

ESCRITO POR REGINA BRETT, 90 ANOS, CLEAVELAND, OHIO

DICAS - Regina Brett - 90 anos
 

 "Para  celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais requisitada que eu já escrevi. Meu taxímetro chegou aos 90 em agosto, então, aqui está a coluna, mais uma vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.
4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.
5. Pague suas
 faturas de cartão de crédito todo mês.
6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para  discordar.
7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.
8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele
 agüenta.
9. Poupe para a
 aposentadoria, começando com seu primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.
11. Sele a paz com seu passado, para que ele não estrague seu  presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13.. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem
 idéia do que se trata a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria  estar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Desfaça-se de tudo o que não é útil, bonito e prazeroso.
18.  O que não te mata, realmente te torna mais forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite  "não" como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a
 lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22.  Prepare-se bastante; depois, se deixe levar pela maré...
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade, além de  você.
26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco  anos, vai importar?
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29.. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31.
 Indepedentemente de a situação ser boa ou ruim, irá mudar.
32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Ele é, não pelo que você fez ou deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.
36.  Envelhecer é melhor do que morrer jovem.
37. Seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa, no final, é que você amou.
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como você se sinta, levante, se vista e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente."


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

As 10 mil horas e o segredo de Gladwell

Amigos segue uma sinopse muito bem elaborada de um dos melhores livros sobre gestão e desenvolvimento que li nos últimos anos.
Diga-se de passagem, li os tres livros do autor em um único mês.
Recomendo a todos os gestores e profissionais liberais bem como demais pessoas interessadas em desenvolver-se e viabilizar o mesmo para outrem.

As 10 mil horas e o segredo de Gladwell
Entrevista com Malcolm Gladwell.

http://br.hsmglobal.com/notas/55463-as-10-mil-horas-e-o-segredo-gladwell

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

94% dos brasileiros não têm banda larga


Este é um tema muito importante para nós como sociedade.
Aliás, os temas muito importantes por incrível que possa parecer, estão figurando de forma muito discreta na mídia, perdendo espaço para casuísmos políticos.

Apenas para se aquecer para um bom debate, o texto abaixo toca ou infere em alguns assuntos caros à nossa sociedade, alguns nem tanto mas pujantes por causa do modismo:

PAC;
Apagão;
Represas do Rio Madeira;
Ambientalistas;
Atrasos na liberação da Licitação da Usina de Belo Monte no Pará;
Metas de Copenhague;
Geração de empregos;
Inclusão social;
Diminuição da violência urbana e rural;
Inclusão digital;
Redes sociais e
Educação para solução dos problemas brasileiros.

Uma boa lida com reflexão ajuda, inclusive, a entender se o ministro-chefe dos ambientalistas é uma pessoa coerente com os objetivos nacionais ou não.
De que forma, lendo-se as comparações abaixo, teríamos condições de sermos a quinta economia em 2016, daqui a seis anos?
Este é o tipo de assunto que o brasileiro teria que conversar e debater muito.



94% dos brasileiros não têm banda larga

Adianta falar em inclusão digital sem conexão veloz? Governos de todo o mundo já discutem como universalizar o acesso rápido, mas o Brasil ainda engatinha nesta questão


Existe um Brasil que não consegue assistir a vídeos no YouTube. Que não tem perfil no Facebook, não acompanha a dinâmica do Twitter nem sonha em entrar no Google Wave. Entra no MSN, mas precisa de nove horas para fazer o download do programa – isso quando a conexão não cai. É o Brasil desconectado – ou 94,2% do nosso País.

O Banco Mundial já avisou: 
cada vez que as conexões rápidas aumentam em 10%, o PIB de um país cresce 1,3%. Estamos longe disso: hoje a internet banda larga no País chega a 5,8% da população. 


O governo federal se prepara para lançar ainda neste mês o Plano Nacional de Banda Larga, que pretende levar internet rápida a quase 80% dos municípios brasileiros. O plano prevê a expansão do acesso com planos, segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, de até R$ 9,90. A meta é expandir o acesso domiciliar – mas, segundo o coordenador dos projetos de inclusão digital do governo federal, Cezar Alvarez, “seria ingenuidade pensar em atingir o universo da população com conexões individuais”. Para ele, é preciso investir também em acessos coletivos. 


O plano está sendo discutido por um grupo de trabalho interministerial. O governo ainda não revelou se a rede de banda larga será administrada por uma empresa estatal, por exemplo, mas parte dessas dúvidas devem ser sanadas hoje. A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência realiza hoje, em Brasília, um seminário internacional sobre o assunto com a participação dos ministros Hélio Costa e Paulo Bernardo (Planejamento), Ronaldo Sardenberg, presidente da Anatel, e outros especialistas internacionais. O Plano Nacional está na pauta. Segundo o coordenador do evento, Gabriel Laender, a definição do texto “já foi praticamente concluída”. “Estamos num momento de revisão e articulação final”, disse. 


Não se sabe ainda qual é o conteúdo, mas as metas são ambiciosas. Augusto Gadelha, secretário de Política da Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, diz que em cinco anos a banda larga atingirá um “porcentual significativo de domicílios e todas as escolas urbanas e órgãos públicos do País”. “Poderemos estar entre os dez países com maior penetração de banda larga do mundo”. 

Internet cada vez mais veloz
Uma pesquisa conjunta das universidades de Oxford, na Inglaterra, e Oviedo, na Espanha, mostrou que, neste ano, a velocidade média da banda larga aumentou 45% em comparação com o ano anterior. A Coreia do Sul, líder do ranking, tem 97% de suas residências conectadas – o que leva a uma mudança no perfil de consumo, com a mídia física sendo substituída por músicas, filmes e livros digitais. É o Japão, no entanto, o dono da web mais veloz, com conexão média de 60 Mbps. 


A importância de 2009, no entanto, não está nos dados de web ultravelozes, mas na iniciativa de diversos países para que uma conexão 1 Mbps seja garantida, colocando a web no mesmo patamar de serviços básicos como água e eletricidade. Começou com o primeiro ministro inglês Gordon Brown, que anunciou um projeto para a expansão da banda larga para todos os ingleses. Depois, Finlândia e Itália foram mais longe e colocaram a banda larga como um “direito fundamental”. E tudo indica que é apenas o começo. (Rafael Cabral)

O MUNDO E A INTERNET RÁPIDA
• Melhor custo-benefício, o Japão tem 64% de suas casas com banda larga, com velocidade média de 60 Mbps, custando US$ 0,27 por 1 Mbps.

• 97% do povo coreana tem acesso à banda larga (média de 46 Mbps). O país é o líder de um ranking de conexões das universidades de Oxford e Oviedo.
 

• Melhor país da Europa em conexão, a Suécia tem penetração de 69%, custo médio de US$ 0,63 por cada 1 Mbps e velocidade média de 18 Mbps na conexão. 


• Devido ao tamanho do território e ao controle sobre a população, a Suíça conseguiu conectar 90% de seus cidadãos com banda larga e é o segundo melhor país da Europa no ranking.


• A Finlândia, que aprovou uma lei que diz que uma conexão de 1 Mbps é “direito fundamental” de qualquer cidadão, tem 80% de penetração e média de 22 Mbps.


• Apesar de também ter um projeto para a universalização da banda larga, a situação da Itália não é tão boa: 50% de casas conectadas, com média de 4 Mbps.


• Nos EUA, a média de velocidade é de 4,8 Mbps e a média de preço por 1 Mbps é de US$ 3,33. Cerca de 80% das residências têm acesso à banda larga. 


• A velocidade média de conexão por banda larga na França é de 17,6 Mbps. Paga-se US$ 1,64 por cada 1 Mbps e cerca de 70% das casas são atendidas pelo serviço de internet rápida.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

INSEGURANÇA POR LIDERANÇA OMISSA E SOCIEDADE SEM FIBRA


INSEGURANÇA POR LIDERANÇA OMISSA E SOCIEDADE SEM FIBRA
General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva


Foi comandante e é professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército


A segurança pública deixou de ser um problema nacional. Problemas são desafios que podem ser vencidos com recursos, estratégias e vontade política compatíveis com situações de normalidade ou anormalidade que não ameacem o Estado e a Nação. Hoje, o que ontem era apenas um problema transformou-se em ameaça visível na falência do Estado e de suas instituições em áreas do território e amplos setores da vida nacional. A neutralização de ameaças requer mobilização de recursos extraordinários, novas e corajosas estratégias, firme propósito da Nação de suportar sacrifícios e uma valorosa liderança.


O cenário desolador da segurança pública tem outras causas, mas muito a ver com a omissão e o populismo de sucessivos governos da União e dos estados nas últimas décadas, que abdicaram da autoridade e energia pelas quais deveriam primar como delegados da Nação, e transformaram tolerância em leniência ao adotarem conceitos distorcidos de direitos, deveres, justiça social, liberdades individuais e direitos humanos, alinhando-se ao modismo do politicamente correto – fachada da covardia moral. Mas não foi só isso! A crise de valores, que enfraquece a sociedade e desmoraliza a liderança do País, também favoreceu a expansão horizontal e vertical da criminalidade, hoje instalada em altos escalões da República, órgãos de segurança e amplos segmentos da sociedade por meio da corrupção, do amedrontamento e da impunidade.


Quando a violência explode em centros urbanos, o debate tende a valorizar o combate ao braço armado da criminalidade, imagem visível da ameaça. Manifesta-se, então, o anseio pelo emprego das Forças Armadas (FA) na segurança pública, por desconhecimento de que não basta o reforço ao aparato repressivo para neutralizar a criminalidade. A força da bandidagem aparece nas ações das quadrilhas, mas seu centro de gravidade está em um nível acima do ocupado pelas gangues, de onde vem o grosso dos recursos financeiros para manter seu poder de fogo. Nesse nível superior ocorrem os crimes do colarinho branco, a lavagem de dinheiro e a corrupção e estão organizações poderosas e pessoas influentes, bem relacionadas e detentoras de posições de relevo, que a liderança nacional não combate por omissão ou conivência. Há, ainda, um nível inferior onde está a fonte dos recursos humanos incorporados às quadrilhas por pressão ou influência da marginalidade, ao viverem em áreas por elas dominadas. Na realidade, são vítimas do poder da criminalidade, da omissão e do abandono do Estado.


O combate ao nível superior exige vontade política e ações de inteligência e repressão conduzidas pelo Ministério da Fazenda, Polícia Federal, GSI, Banco Central e ministérios públicos. No nível inferior, são necessárias medidas preventivas e de apoio social por órgãos e agências de governo ou particulares, buscando a inclusão social e o afastamento das famílias do poder e influência da bandidagem. O enfrentamento do braço armado requer operações de inteligência e repressão pelos órgãos de segurança pública, que saneados, despolitizados e modernizados dispensariam o emprego das FA.


É imprescindível uma estratégia de âmbito nacional, rigorosa e imune a pressões ideológicas, utópicas e demagógicas, a ser conduzida por uma secretaria ligada ao presidente da República, chefiada por um juiz federal do mais alto nível e sem vinculação partidária. Estratégia apoiada numa lei específica de combate ao crime organizado, que assegure amparo jurídico especial às investigações e às operações e eficácia e rapidez à aplicação da justiça. A lei teria vigência determinada, aplicação fiscalizada por instância superior e os delitos nela enquadrados teriam processos jurídicos distintos dos de outros crimes. A secretaria centralizaria as ações, quando necessário, tendo um general-de-exército do Ministério da Defesa agregado ao seu mais alto escalão decisório. Este último, contando com uma assessoria jurídica, coordenaria o emprego das FA com os comandos militares de diferentes áreas, os quais enquadrariam todos os órgãos estaduais e federais envolvidos, constituindo pequenos grupos de operações e inteligência mistos. Operações com tropas seriam eventuais e temporárias quando a situação extrapolasse a capacidade dos órgãos estaduais.


O emprego das FA nesse conflito é uma grave decisão, que uma vez tomada não admite insucesso, devendo-se ter consciência da violência dos confrontos. Sem ações simultâneas nos três níveis mencionados e a lei especial anteriormente abordada, bem como um choque de valores para reverter a decadência moral da sociedade, o emprego das FA será uma medida inócua, que comprometerá sua credibilidade, debilitará decisivamente o Estado e levará ao colapso a paz e a coesão social.


A ameaça é real, evolui perigosamente e sua neutralização exige medidas excepcionais, pois o desafio é reverter um conflito interno em que o Estado vai sendo derrotado em diversas áreas do território nacional. Infelizmente, haverá efeitos colaterais para a população, porém a continuação de medidas paliativas, de estratégias equivocadas, da apatia da sociedade e da omissão da liderança nacional poderá resultar na perda de relevância, autoridade e protagonismo do Estado e, perigosamente, na descrença em seu modelo democrático de direito.


Lamentavelmente, ao avaliarmos a conduta da liderança nacional em questões de ordem moral e ética, como nos escândalos em altos escalões da República, podemos concluir que ela é incapaz de conduzir estratégias que exijam coragem e independência ideológica para assumir responsabilidades, credibilidade para mobilizar a Nação e patriotismo para colocar os interesses brasileiros acima dos partidários e pessoais.


Recursos existem, mas faltam estratégias eficazes, vontade nacional e liderança de valor, condições necessárias para vencer a ameaça.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Duas imagens que diferenciam o Brasil dos EUA

A matéria foi enviada pela amiga Neves.
Aproveito para fazer um breve comentário sobre nossa idiossincrasia latino-americana e, em particular, brasileira.


Duas imagens que diferenciam o Brasil dos EUA

Duas imagens recentes mostram como o Brasil e os Estados Unidos reverenciam o poder de formas diferentes. Ou como o poder gosta de se apresentar para a população.
A primeira, dos EUA, foi publicada pelos jornais em um domingo (11.out.2009). Mostra o presidente norte-americano, Barack Obama, reunido com sua equipe. É de autoria de Pete Souza, fotografo da Casa Branca, e pode ser vista parcialmente abaixo:








A outra imagem é de 16.out.2009, no sertão de Pernambuco. Mostra um tapete vermelho sendo estendido para a chegada do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. De autoria de Evelson de Freitas, a imagem está reproduzida parcialmente abaixo:




Qual é a diferença entre as duas fotos?

Na reunião do presidente dos EUA, várias pessoas Obama inclusive - usam canetas esferográficas ordinárias. À mesa, garrafinhas de plástico com água. Algumas pessoas têm à sua frente aqueles indefectíveis copos de papelão tampados. Há assessores com latinhas de refrigerantes, sem copo. Em resumo, nada daqueles garçons com paletós brancos servindo cafezinho e água em louça personalizada como ocorre em toda a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Na segunda foto, a imagem é autoexplicativa. A cena estapafúrdia parece ter saído de um livro de realismo fantástico escrito por Gabriel García Márquez. Um tapete vermelho para o presidente naquele ambiente.
Em resumo, a forma como o poder é tratado e se apresenta é um traço marcante do caráter e do estado de espírito de um país. 
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Eu vejo de duas formas este fato.
Primeiro a formação social americana deriva de colono, sozinho no meio do nada sendo responsável pelo desenvolvimento daquele país, onde ele era obrigado a ter uma forte noção do público, da coisa pública. Ou ele participava de reuniões do tipo "condomínio" nas aldeias e vilarejos e ajudava a deliberar, via votação, a destinação dos recursos vindos da Inglaterra ou não recebia os seus recursos e financiamentos dificultando-o de sobreviver. Assim, ele é o ícone do povo americano e o trato de coisa pública e a noção do coletivo é muito forte naquela sociedade.

Eu assisti algumas reuniões com autoridades em Washington e eles se portam desta forma que se apresenta na foto.




Segundo, o nosso herói era aquele que tinha ligações políticas com a Coroa Portuguesa e seus prepostos. Os eleitos, os "pêxes", os escolhidos ungidos pelos políticos representantes da coroa. Este era quem o cidadão brasileiro, em seu nascedouro, almejava ser. Assim, o individualismo prevalecia e prevalece no pensamento do cidadão. Da mesma forma, ao chegar ao poder quer ser tratado como autoridade. Não só o presidente, mas qualquer um de nós. O livro A cabeça do Brasileiro deixa isto muito bem claro, bem como os trabalhos do antropólogo Roberto DaMatta, que eu sugiro a leitura.
Com este tipo de pensamento, comum a muitos de nós, dificilmente chegaremos a ser a quinta economia mundial.




domingo, 15 de novembro de 2009

O hábito faz o leitor




Bem, já usei e ainda tenho o e-reader da Sony e, de fato, ocorre o que esta pesquisadora diz.
Como gosto de fazer anotações, discutir com o texto e sublinhar passagens e partes importantes para refletir, fica difícil fazê-lo em um e-reader.
Da mesma forma fica também difícil manter a página, consultar a referência bibliográfica ou notas de fim de livro ou gráficos e tabelas que estejam em páginas diferentes.
O que vi nos EUA era que a maioria das pessoas liam romances ou coisas leves.


O hábito faz o leitor

A americana Maryanne Wolf é uma das maiores especialistas na área da neurociência que estuda os efeitos da leitura no cérebro, tema sobre o qual já escreveu mais de uma dezena de livros. Hoje, ela se dedica a entender, cientificamente, como as pessoas assimilam conhecimento por meio de novas tecnologias, como o e-book. De Boston, onde comanda um centro de pesquisas na Universidade Tufts, Maryanne falou à repórter Renata Betti.
Suas pesquisas indicam que ler um livro digital não é o mesmo que no papel. Por quê? 
A observação sistemática mostra que, 
com o e-book, as pessoas tendem a acelerar o ritmo de leitura e a absorver menos conteúdo. Isso porque a tela remete à ideia de que é preciso vencer etapas a cada instante, antes que a bateria termine ou que se perca a conexão. Ainda faltam, no entanto, evidências baseadas na neurociência, como as que já existem sobre a internet.
O que já se sabe sobre a leitura na rede? 
Ela é mais superficial, segundo revelam as imagens dos neurônios quando alguém está diante do computador. As fotos mostram, com nitidez, que o circuito formado entre as áreas do cérebro envolvidas na leitura não chega, nesse caso, àquela região em que ela seria processada de maneira mais analítica.
Por que isso acontece? 
A internet provê um excesso de estímulos que acabam atrapalhando. Enquanto você lê Shakespeare, não param de aparecer na tela pop-ups e e-mails. É naturalmente difícil manter a concentração e fazer uma leitura de padrão mais elevado, que abra espaço para um alto grau de processamento de ideias. A habilidade para ler deve ser treinada.
Como, exatamente? 
Simples: lendo todo dia. 
Não existe no cérebro nada como uma estrutura previamente concebida para a leitura – é preciso construí-la e aprimorá-la. Funciona como no esporte: quanto mais se pratica, melhor é o resultado.
Como a neurociência explica a formação de tal estrutura no cérebro?
A repetição da leitura faz o cérebro desenvolver um circuito que passa a conectar, em questão de milésimos de segundo, três áreas distintas: a da visão, a da linguagem e uma que se encarrega de dar significado às palavras. Esse mesmo roteiro pode levar até 100 vezes mais tempo, caso a pessoa não tenha o hábito de ler. Seu cérebro fica tomado com a tarefa básica de decodificar o texto – e não consegue ir muito além disso.
Como alcançar um avançado estágio de leitura por meio das novas tecnologias? 
É preciso enfatizar à atual geração multitarefas que leitura demanda altíssima atenção e não é conciliável com nenhuma outra atividade. Feita a ponderação, novas tecnologias, como o e-book, são mais do que bem-vindas. Elas têm ajudado, afinal, a despertar o interesse pelos livros num momento em que isso nunca foi tão difícil.

Um erro e treze mortos



Os amigos que acompanham o que escrevo recordam-se que tenho alertado, há mais de dois anos, acerca da dificuldade e perigo que a sociedade americana se auto-impõe ao querer encarar, de forma humanística plena dos mesmos direitos, membros de uma outra sociedade que, por doutrina histórica, não reconhece direito de minorias, mulheres e crianças.
O afã de se mostrar ao mundo como politicamente corretos custará, ainda, muitas vidas aos americanos, inclusive, como neste caso, em casa.
Dado ao ímpeto e velocidade com as quais o fenômeno de imigração cresce nos EUA, em se mantendo tais posturas para se abordar o problema, eles correrão o risco de perderem sua identidade original e se desfacelarem em regiões dentro do próprio CONUS (Continental US).
Insisto aos amigos que gostam do tema Mudanças, a não deixarem de considerar em seus estudos e palestras, a questão da imig ração.
Bem, a reportagem da revista Veja, em si, é auto-elucidativa.
Vale a pena ler e acompanhar este tema.
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/exercito-abrigava-terrorista-islamico-512380.shtml

Um erro e treze mortos
Paralisado pela correção política, o Exército americano ignorou sinais de que abrigava um terrorista islâmico e, depois da matança, ainda vacila em reconhecer o óbvio
Em um artigo publicado depois da II Guerra Mundial, no qual falava da esquizofrenia das sociedades democráticas, o inglês George Orwell escreveu que "para enxergar o que está diante do nariz é preciso um esforço constante". Na semana passada, na ressaca da matança provocada pelo major Nidal Malik Hasan na maior base militar dos Estados Unidos, o debate girava em torno de uma dúvida: o militar disparou a esmo e matou treze pessoas porque era lunático ou porque era um terrorista islâmico? As investigações não acharam indício de que o major estivesse a serviço de uma organização terrorista. Por isso, formou-se um certo consenso de que a tragédia só pode ter sido obra de um lunático, um homem psicologicamente esmagado pela pressão da iminente transferência para o Afeganistão, onde teria de lutar contra irmãos de sua própria fé - o islamismo. Está diante do nariz, mas a moléstia do politicamente correto parece impedir os americanos de enxergar as evidências clamorosas de que foi obra de um terrorista islâmico.
O major era abertamente contra a guerra no Iraque e no Afeganistão. Há um ano, munido de um PowerPoint, fez uma apresentação aos colegas sobre os conflitos cujo título era "Por que a guerra contra o terrorismo é uma guerra contra o Islã". Em junho, não escondeu a alegria quando um muçulmano atirou contra dois soldados num centro militar no Arkansas. Dizia que sua lealdade à sharia, o rígido conjunto de leis islâmicas, precedia sua lealdade à Constituição americana. Pior: manteve contato por e-mail com Anwar al-Awlaki, líder espiritual extremista cuja mesquita em San Diego, na Califórnia, era frequentada por dois terroristas do 11 de Setembro. Depois da matança em Fort Hood, no Texas, Anwar al-Awlaki, que hoje mora no Iêmen, disse em seu blog que Hasan era um "herói". Com essa biografia, Hasan deveria ter sido expulso do Exército, mas aconteceu o contrário: ele pediu para deixar a farda, e o Exército, tendo financiado sua formação acadêmica, não aceitou que partisse. Um erro que custou treze vidas.Primogênito de um casal de palestinos que emigrou para os EUA no começo dos anos 60, Hasan nasceu em Arlington, na Virgínia, formou-se em bioquímica e, contra a vontade dos pais, entrou para o Exército. Como oficial, fez medicina e especializou-se em psiquiatria. Era muçulmano, mas virou um devoto fervoroso depois da morte do pai, em 1998, e da mãe, em 2001. Frequentava a mesquita, aconselhava-se com o líder espiri-tual, lia o Corão, rezava cinco vezes ao dia e, aos 39 anos, era solteiro porque não encontrara mulher suficientemente pia para casar-se. Não é proibido ser militar e muçulmano ao mesmo tempo. Entre os 550.000 membros da ativa do Exército americano, 3.500 se dizem muçulmanos. Mas Hasan não era só um muçulmano. Era um muçulmano cuja crença estava contaminada pela paranoia de que os infiéis - ou seja, todos os outros - são contra o Islã.
Na tarde de 5 de novembro, Hasan entrou no prédio de exames médicos na base de Fort Hood. Sentou-se a uma mesa a sós, abaixou a cabeça por alguns segundos, levantou-se e descarregou a pistola enquanto gritava "Allahu akbar" - "Deus é grande", em árabe. Matou doze militares e um civil, entre 19 e 62 anos de idade, e feriu 29. Alvejado por quatro tiros, Hasan entrou em coma e recobrou a consciência no hospital dois dias depois. Será julgado num tribunal militar e está sujeito à pena de morte. O manual da correção política é a única explicação para que o Exército tenha ignorado sinais tão eloquentes da inadequação de Hasan ao serviço militar. É também a única explicação para que ainda se discuta o que motivou Hasan. Em ambos os casos, impera o temor de parecer preconceituoso contra muçulmanos. Daí saiu o salvo-conduto ao terrorista. Na terça-feira, no funeral, o presidente Barack Obama homenageou os mortos e afirmou: "Não precisamos olhar para o passado em busca de grandeza porque ela está diante de nossos olhos". Agora, só falta ver o que está diante do nariz.

sábado, 14 de novembro de 2009

Parabéns para nós, estamos com 120 anos de República

Amigos, é um excelente tema para o cidadão passar a refletir e se preocupar.
Vivemos, de fato, em um ambiente de República Federativa, onde os Estados, como entes de um conjunto de regras federais têm um certo grau de autonomia bem como de interdependência?
O nosso modelo de gestão da coisa pública condiz com uma República Federativa?
Se condiz, por que, então carecemos de uma reforma, a título de exemplo, tributária para que possamos ser mais eficientes no nosso desenvolvimento?
Se, da mesma forma, tal modelo é adequado, por que carecemos, de forma urgente, de uma reforma política que parece nunca vir?
Estamos adequados, estamos satisfeitos, você se sente plenamente representado?
Será que 120 anos, com tantos meios de comunicação disponíveis ao brasileiro ele vive democracia plena e participativa, de acordo com o que o modelo de República requer e demanda? Ou ainda nos portamos como democracia somente no ato do voto e terceirizamos a quem votamos, como os nossos contumazes procuradores, a solução de todo e qualquer problema social e econômico que nos aflige?
Enfim, é uma boa oportunidade de se buscar informações para se discutir.

INCIVILIDADE E RAIVA

O texto abaixo tem uma discreta referência a um problema recorrente na França. País precussor do humanismo onde os cidadãos de países que lhes são território ou colônia ultra-mar detêm direitos semelhante aos que nascem no continente, enfrenta antigas e sérias dificuldades de inclusão econômica e social dos imigrantes.
Houve um fato peculiar durante a copa de 1998 quando, próximo à partida final o presidente francês Jacques Chirac declarou que a taça não sairia da França.
Uma sutil, contudo, eficaz maneira de apaziguar os latentes e exaltados ânimos dos imigrantes que, via de regra, causavam incêndios e tumultos nas periferias de grandes cidades.
Para quem se lembra do jogo, Zinadine Zidane, capitão do time francês mas nascido na Argélia, era o símbolo máximo do imigrante que tinha dado certo. Coincidência ou não ele marcou dois gols decisivos, sendo que um deles, para quem se lembra, ele subiu, sozinho, no meio da zaga brasileira e marcou o segundo gol de cabeça quase sem sair do chão.
Enfim, esta ilação é apenas para se divagar um pouco, contudo, o assunto em pauta é um fato portador de futuro. 
Aos amigos que gostam do tema de mudanças sociais e empresariais, sugiro passarem a se antenar com relação a imigração e envelhecimento da força de trabalho. Será um tema palpitante nos próximos anos.


Não se contava com os vândalos
http://veja.abril.com.br/111109/nao-contava-vandalos-p-112.shtml


O sistema de bicicletas públicas de Paris, inaugurado há dois anos como um exemplo para as cidades do futuro, sofre com depredações e roubos constantes.
Renata Moraes
Samuel Bollendorf/The New York Times


INCIVILIDADE E RAIVA
Bicicletas de aluguel destruídas em Paris: alvo da revolta dos habitantes dos subúrbios pobres


Quando as populações de várias cidades europeias aderiram com entusiasmo ao sistema de aluguel de bicicletas públicas, em meados dos anos 90, vislumbrou-se uma possibilidade real de abrandar o caos urbano causado pelo trânsito. A implantação do sistema em Paris, em 2007, tornou-se símbolo de seu sucesso. O Vélib (de vélo, bicicleta, e liberté, liberdade) colocou em circulação 20 600 bicicletas distribuídas por 1 450 pontos da capital francesa. Por apenas 1 euro, pode-se alugar uma delas e deixá-la em outro ponto da cidade num prazo de até 24 horas. De imediato houve redução do trânsito e uma melhora da qualidade do ar. Dois anos depois, o programa enfrenta um problema que põe em risco sua continuidade: 80% das bicicletas já foram depredadas ou roubadas. Em outras cidades, como Barcelona e Copenhague, a porcentagem de depredação e roubo não chega a 10% da frota das bicicletas de aluguel. O prejuízo não é pequeno. Cada bicicleta do Vélib, fabricada especialmente para o sistema e com estrutura reforçada, custa 3 500 dólares.


Exemplares da frota roubada do Vélib já foram encontrados à venda no mercado negro do Leste Europeu e do norte da África. Outros foram abandonados em estradas, muitas vezes depois de ter as rodas retiradas. "Um índice de vandalismo no sistema de aluguel de bicicletas superior a 10% da frota só se explica pela ocorrência de problemas sociais", disse a VEJA o consultor americano Paul DiMaio, especialista em políticas públicas de transporte. Para os franceses, a destruição e o roubo das bicicletas têm como protagonista a mesma parcela da população que, em 2005, promoveu uma onda de incêndios em carros, prédios, escolas e repartições públicas. São moradores dos subúrbios pobres, muitos deles imigrantes com dificuldades de adaptação, que se sentem marginalizados pela sociedade. As bicicletas que integram o Vélib se converteram em alvo de seu ressentimento. Como a maior parte dos 400 quilômetros de ciclovias disponíveis em Paris está na região central e glamourosa da cidade, as bicicletas são associadas ao estilo de vida que eles chamam de "burguês boêmio". "Chegou o momento de usar o transporte alternativo também como forma de inclusão social, ou o sistema pode ficar inviável", disse a VEJA o sociólogo francês Bruno Marzloff, especialista em mobilidade urbana. Enquanto isso não acontece, a empresa concessionária do Vélib conserta 1 500 bicicletas por dia.

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